quinta-feira, 21 de outubro de 2010

#14. THE LAST AIRBENDER


"The Last Airbender" (EUA, 2010, 103´)
Realização : M. Night Shyamalan
Argumento: M. Night Shyamalan
Fotografia: Andrew Lesnie
Actores: Noah Ringer ("Aang"), Dev Patel ("Prince Zuko"), Nicola Peltz ("Katara"), Jackson Rathbone ("Sokka"), Shaun Toub ("Uncle Iroh"), Aasif Mandvi ("Commander Zhao"), Cliff Curtis ("Fire Lord Ozai"), Seychelle Gabriel ("Princess Yue").

# Confesso que não sou, à partida, grande fã do cinema de Shyamalan. O realizador indiano - que é o autor de obras muito aclamadas pela crítica, como "The Sixth Sense" (1999), "Unbreakable" (2000), "Signs" (2002) ou "The Village" (2004) - aposta aqui noutro gênero, o filme de aventuras, dirigido sobretudo ao público infanto-juvenil.

"The Last Airbender", inspirado numa série de animação do canal Nickelodeon, é uma aventura dentro do universo do fantástico. O mundo em que se vive está dividido por quatro grandes nações, cada uma baseando-se no seu "elemento" (a Nação da Água, da Terra, do Ar e do Fogo). A Nação do Fogo quer controlar o planeta, e na ausência do "Avatar" (uma espécie de Deus que controla todos os quatro elementos), escraviza as restantes nações. Alguns dos habitantes de cada nação, possuem um poder, o de  controlarem o seu elemento. Para evitar este perigo, a nação dominante persegue e mata todos os que têm esse dom.

Aang, um membro da Nação do Ar, e último sucessor da linha de "Avatares", fugiu antes da Guerra começar e ficou acidentalmente congelado num iceberg durante cem anos. Encontrado por Katara, a única controladora ("waterbender") da Nação da Água do Sul, Aang descobre que a Nação do Fogo (sabendo que o "Avatar" fazia parte da Nação do Ar) assassinou todos os seus habitantes, incluindo os seus mestres e amigos. 


O jovem "Deus", que tinha fugido antes de completar a sua aprendizagem de controlar os quatros elementos, inicia uma luta pela reposição da liberdade e paz para a humanidade, ao mesmo tempo que procura mestres que o ajudem a terminar a sua escola de "Avatar",

O filme inicia-se com o título "Book 1 : Water" (Livro 1 : Água), o que basicamente quer dizer que estamos perante uma quadrilogia (ou trilogia já que percebemos que são as etapas que Aang tem que passar para ser tornar um "Avatar" completo, e o ar ele já domina).

Sinceramente não fiquei com muita vontade de ver o filme seguinte. Apesar de um bom trabalho ao nível gráfico e de efeitos especiais, a história é demasiado óbvia, não conseguindo ir mais além da categoria em que se insere. 

Shyamalan, porventura limitado com a quantidade de efeitos digitais que o filme tem, opta por um estilo muito básico e simples, às vezes roçando mesmo o ridículo. Os diálogos são pobres e as coreografias demasiado infantis.


As escolhas para os jovens protagonistas deixam um pouco a desejar, não conseguindo transmitir o mínimo de realidade às suas personagens, e com performances demasiado básicas.
Noah Ringer ("Aang"), Nicola Peltz ("Katara" e Jackson Rathbone ("Sokka") têm um trabalho muito fraco, e abusam muitas vezes de uma expressividade exagerada, que vem completamente fora de contexto. Dev Patel (o mesmo de "Slumdog Millionaire"), no papel do "Prince Zuko", também incorre pelo mesmo erro, excepto quando interage com os actores mais velhos. Nesses momentos consegue dar um ar da sua graça e acreditamos mais nele.
Cliff Curtis ("Fire Lord Ozai", o líder da Nação do Fogo) e Aasif Mandvi ("Commander Zhao") são os que realmente dão alguma intenção aos seus personagens, mas o destaque maior vai para o anglo/iraniano Shaun Toub, que, no papel do Iroh - irmão do rei e tio do Príncipe Zuko - dá realmente uma lufada de ar fresco quando aparece.

O trabalho fotográfico e de efeitos visuais é realmente o que sobressai no filme. Com  o oscarizado Andrew Lesnie (o mesmo da trilogia de "Lord of The Rings") não seria de esperar outra coisa. 
É de facto dos poucos factores em que o filme merece ser visto. Todos os mundos criados na história não são reais, e a direcção de arte e fotografia conseguem atingir um patamar alto. Obviamente virado mais para o universo infanto-juvenil, mas com pormenores muito interessantes. O guarda-roupa e a caracterização também merecem uma referência positiva, apesar de alguns momentos muito "naif".



No final fica realmente a sensação de um gasto enorme para um resultado demasiado fraco. Não fosse a parte estética e o filme nem valeria o tempo despendido.

Aconselhável a ver cedo, para que se possa ver outro filme a seguir, e esquecer o primeiro rapidamente.

link para o site oficial e trailer : http://www.thelastairbendermovie.com/

Nota: 3.5 / 10

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