quinta-feira, 14 de outubro de 2010

#08. JONAH HEX


"Jonah Hex" (EUA, 2010)
Realização: Jimmy Hayward
Argumento: Mark Neveldine e Brian Taylor
Fotografia: Mitchell Amundsen
Actores: Josh Brolin ("Jonah Hex"), John Malkovich ("Quentin Turnbull"), Megan Fox ("Lilah"), Michael Fassbender ("Burke"), Will Arnett ("Lt.Grass"), Michael Shannon ("Doc Cross Williams"), Wes Bentley ("Adleman Lusk"), Aidan Quin ("President Grant").

# É mais uma das grandes apostas de Hollywood para este ano, apresentando um elenco de luxo, e preparando também uma sequela, numa adaptação da banda desenhada com o mesmo nome, da DC Comics. Infelizmente parece-me mais um tiro no pé da indústria cinematográfica norte-americana, de resto já comum quando recorre a este tipo de formato.

Jonah Hex é um soldado sulista (na altura da Guerra da Secessão) que, perante algumas atrocidades cometidas pelo seu General, Quentin Turnbull, acaba por se aliar ao exército do Norte, trair os seus companheiro, e levando à morte do seu melhor amigo Jeb Turnbull. Procurando a vingança do filho, o General executa a mulher e filha de Hex, obrigando-o a assistir. Turnbull desfigura a sua face, e deixa-o a morrer. Jonah Hex é trazido das portas do inferno pelos indíos (a sua mulher era Apache), e transporta uma terrível maldição, enquanto procura incessantemente vingança, percorrendo o mundo em busca do General. Quando Turnbull começa a cometer actos terroristas sobre civis (já depois da guerra ter terminado), e o exército falha em capturá-lo pelos metódos convencionais, o Presidente Grant apela à Jonah Hex para que venha em socorro da nação, e oferece os meios do estado para que capture Turnbull. Para isto ainda conta com a ajuda da bela Lilah, uma prostituta com elevados dotes de pistoleira.

Confusos? É normal, este sucedâneo de acontecimentos decorre em cinco minutos de filme, com recurso a animação pelo meio. Uma tentativa de resumir tudo o que se passa na banda desenhada original e partir para uma nova história.


Em termos estéticos o filme tem bons momentos. O realizador Jimmy Hayward apenas recorre à animação no início e depois tenta adoptar um look western clássico com pinceladas de modernismo. E fica bem que o aspecto seja o mais verosímil possível, pois consegue-nos afastar da realidade BD (não sei se era essa a opção, mas comigo resulta). Em termos históricos, por outro lado, muito pouco está correcto (desde as metralhadoras de Hex, até a uma espécie de bomba atómica que Turnbull rouba do exército).
 E aqui reside a dúvida se o realizador quer fazer viver estes personagens no mundo real (as opções gráficas assim o indicam, tal como algumas referências históricas) ou apresentar um universo totalmente ficcional.


O elenco prometia, mas fica um pouco aquém do esperado. Josh Brolin faz os possíveis como Jonah Hex (tem metade da sua cara desfigurada, logo a sua expressividade é muito reduzida). John Malkovich parece-me um pouco apagado como antagonista. E Megan Fox tanto podia estar a fazer um western como mais uma sequela dos "Transformers", que as semelhanças são bem mais que as diferenças.
O único destaque vai para Michael Fassbender, que faz de Burke - o capanga do General Turnbull - com um look muito "From Dusk Till Dawn vs Clockwork Orange" (a tatuagem e o chapéu) e que consegue agarrar o filme sempre que aparece. E, por incrível que pareça, sobressai ao lado de Malkovich.
A verdade é que o argumento é tão fraquinho, que é difícil estes actores fazerem melhor.

Destaque pela negativa para a cena final, com muito recurso ao CGI (técnica de manipulação digital), que mostra uma enorme explosão em Washington. Está tão fraco que a sensação que fica é de que estamos numa pequena aldeia, com meia dúzia de pessoas.


Acaba portanto por ser uma semi-decepção, só vale a pena mesmo por alguns arrojos visuais (de fotografia e direcção de arte sobretudo) e também pelo excelente trabalho de caracterização do personagem principal.

Razóavel para primeiro filme da sessão da tarde.. e vale adormecer.

Nota: 4 / 10

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