quinta-feira, 23 de setembro de 2010

#03. THE EXPERIMENT



"The Experiment" (EUA, 2010)
Realização : Paul Scheuring
Argumento : Paul Scheuring
Fotografia : Amelia Vincent
Actores: Adrien Brody ("Travis"), Forest Whitaker ("Barris"), Cam Gigandet ("Chase"), Clifton Collins Jr. ("Nix"), Ethan Cohn ("Benjy"), Fisher Stevens ("Archaleta"), David Banner ("Bosch"), Maggie Grace ("Bay").


# O cartaz realmente promete. Juntar Adrien Brody e Forest Whitaker no mesmo filme à partida será uma boa fórmula de sucesso. Mas o filme vai pelo mesmo tom. Promete, mas não cumpre.
E o duo de protagonistas até não vai mal, mas a história não permite voos mais altos.

O realizador/argumentista é Paul Scheuring que esteve envolvido na série televisiva "Prison Break", e tenta aqui abordar um tema parecido mas em formato longa-metragem.

Travis é enfermeiro em part-time. Desprendido da vida, sonha em viajar pelo mundo. Quando é despedido do hospital onde trabalha, e conhece numa manifestação pacifista Bay - por quem se apaixona - vê a oportunidade (e a companhia) ideal para finalmente partir. Só há um problema : não tem dinheiro.
Vê um anúncio de um emprego onde pode ganhar em duas semanas dinheiro suficiente para a sua viagem. É na entrevista que conhece Barris, um desempregado de meia-idade, católico devoto, e que ainda vive com a mãe (e sofre com isso). Ambos passam por um rigoroso processo de selecção e são escolhidos (entre outros) para o trabalho.


E aqui inicia-se a trama. O "trabalho" consiste numa experiência científica, em que durante 14 dias, um grupo de cidadãos normais deve assumir o papel de prisioneiro e de guarda prisional.  O grupo divide-se em dois e é deixado numa prisão, proibidos de qualquer contacto com o exterior, e obrigados a obedecer a uma série de regras. Travis fica no grupo dos prisioneiros, e Barris no grupo dos guardas.

Até aqui tudo bem, mas depois, esta bela premissa, torna-se um pouco fechada em si mesmo. Sem história, nem ritmo, o filme agarra-se à dupla Brody/Whitaker para ver se consegue alguns pontos.
Mas o que consegue é pouco e previsível. Na verdade, desde a primeira cena que os dois contracenam, conseguimos adivinhar o resultado do embate.
A experiência não resulta, os prisioneiros liderados por Travis revoltam-se e Barris tenta manter a ordem como chefe dos guardas. E não passa disto. Constantes embates psicológicos e físicos entre os dois actores que levam obviamente a um desfecho trágico.

Forest Whitaker bem tenta manter o seu personagem à tona, mas a história é muito frágil, e torna-se por vezes excessivo o esforço do actor. Brody faz o cool pacifista (até à revolta claro) e a sua transição para a violência, além de pouco verosímil (e aqui a culpa é do argumento) é muito rápida. Não lhe é dado tempo e espaço para realmente acreditarmos nela.
Fica a sensação que perceberam demasiado tarde que o argumento não era nada de especial, e que tentam em esforço, dar emotividade e força aos personagens.



A realização e a fotografia (e até a direcção de arte) estão muito agarradas ao formato televisivo, e o facto de quase todo o filme ser numa prisão (logo em estúdio) também não ajuda. A tentativa de ser claustrofóbico passa completamente ao lado.

No final sabe a muito pouco. Mais um filme que parece valer mais do que vale. E um duo de actores com mais um fracasso para juntar à sua lista.



Nota : 4 / 10

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