quarta-feira, 22 de setembro de 2010

#01. ROBIN HOOD


"Robin Hood" (EUA/GB 2010)
Realização : Ridley Scott
Fotografia: John Mathieson
Argumento : Brian Helgeland
Actores : Russell Crowe ("Robin Hood"), Cate Blanchett ("Marion Loxley"), Max Von Sydow ("Sir Walter Loxley"), William Hurt ("William Marshall"), Mark Strong ("Godfrey"), Oscar Isaac ("Prince John"), Mark Addy ("Friar Tuck"), Matthew Macfadyen ("Sheriff of Notthingham"), Danny Huston ("King Richard"), Eileen Atkins ("Eleanor of Aquitaine"), Léa Seydoux ("Isabella of Angoulème").


#À partida este era um filme do qual desconfiei. Não por Ridley Scott, cuja reputação é intocável. Afinal já passou por quase todos os géneros com sucesso. Desde a ficção científica ("Alien", "Blade Runner"), passando pela guerra ("Black Hawk Down"), aos policiais/thrillers ("Hannibal", "American Gangster", "Body of Lies", "Thelma and Louise") e claro aos épicos históricos ("Gladiator", "Kingdom of Heaven", "1492) que é a categoria onde se encaixa este "Robin Hood".

O que me colocou de pé atrás aqui foi a escolha do protagonista. Eu até gosto do Russell Crowe, mas a imagem que temos do Robin dos Bosques é daquela figura esguia e ginasta com collants verdes. Errol Flynn assim o retratou. Nos anos 90 surgiu uma imagem mais arrojada, com Kevin Costner com o papel principal em "Robin Hood - Prince of Thieves" (realizado por Kevin Reynolds), e que é a seguida neste filme mas com um actor bem mais corpulento e duro.

A escolha de Crowe segue a tendência de Hollywood que já tinha escolhido Daniel Craig para o papel de James Bond. E de outros também recentes como Matt Damon ("Jason Bourne") ou Hugh Jackman ("X-Men") Os novos heróis querem se assim.


O filme conta nos a história de Robin Longstride até ele se tornar o célebre príncipe dos ladrões. Inicia-se nas cruzadas onde é um simples arqueiro da armada do Rei Ricardo Coração de Leão. E acaba em Nottingham onde é acolhido pelos Loxley e conhece Marion, cujo marido morreu ao seu lado na guerra. Pelo meio batalhas e batalhas (contra franceses, entre ingleses, de tudo um pouco).

Esteticamente o filme está muito bom, consegue retratar bem os tempos díficeis do século XII, apesar da crueldade exagerada (penso eu) do Rei João, sucessor de Ricardo. As cenas de batalha multiplicam-se e estão bem encenadas. Pecam talvez por demasiado tempo (a última batalha tem pelo menos trinta minutos!!).

A performance dos actores acaba por passar para segundo plano. Aliás, Russell Crowe fala muito pouco quase todo o filme, tal é a sucessão de lutas e batalhas ao longo da história. Até Cate Blanchett parece um pouco apagada com tanta acção (Ela que é uma das apenas três mulheres com algum relevo no filme). No geral os actores cumprem sem deslumbrar (o próprio guião não está para isso). E é sempre bom ver Max Von Sydow com um papel importante. William Hurt não consegue fazer nada mal. Só Mark Strong não me convenceu. Provavelmente a sua sucessão de filmes (e papéis de vilão) está a prejudicá-lo.


O final deixa antever uma sequela. Apesar dos produtores falarem num filme único. Mas não me convence, acredito mesmo que vai iniciar-se uma saga "Robin Hood". Este filme na realidade faz me lembrar claramente (na sua génese) o "Batman Begins", mas sem um argumento tão bom.

Provavelmente estamos perante um novo franchise.

No geral aconselho a ver se estiverem dentro da onda histórica, ou se forem fãs das lendas. Porque é realmente a abordagem estética que ganha neste filme. Como história não acrescenta nada de novo.

Nota: /10

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